Um senhor brasileiro de 65 anos com a mão segurando a mandíbula porque está com dor de dente. Na imagem vemos um raio-x vermelho destacando o coração dele por baixo da camiseta.

Dor de dente e infarto: A relação entre saúde bucal e saúde do coração

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Recentemente, um tema pouco abordado chamou atenção para a importância da saúde bucal: a relação entre dor de dente e infarto. Sim, existe a possibilidade de uma dor de dente ser um sinal de alerta para um problema cardíaco. A discussão reacendeu-se durante o programa “CNN Sinais Vitais”, comandado pelo cardiologista Dr. Roberto Kalil, em uma entrevista com o Dr. Celso Caldeira e a Dra. Mariana Braga, professores da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).

A conversa trouxe à tona uma realidade preocupante, mas muitas vezes negligenciada: uma dor na mandíbula ou nos dentes pode ser, em alguns casos, uma manifestação de algo muito mais grave, como uma isquemia miocárdica — a redução do fluxo sanguíneo para o coração, precursora de um infarto.

Mas como uma dor localizada na boca pode ter relação com um órgão tão distante como o coração? A resposta está em um fascinante fenômeno biológico conhecido como dor referida.

Até o corpo pode confundir sinais

Antes de tudo, para o cérebro, a missão de identificar a origem exata da dor nem sempre é simples. O nosso corpo, com sua complexa rede de nervos, por vezes “confunde” os sinais, especialmente quando a dor se origina em órgãos internos. Isso acontece porque os nervos que servem o coração e os que servem a mandíbula e os dentes viajam por vias neurais próximas. Dessa forma, eles compartilham alguns “pontos de conexão” no sistema nervoso central.

Durante um ataque cardíaco, quando o músculo cardíaco não recebe oxigênio suficiente, ele envia sinais de dor através do sistema nervoso. No entanto, o cérebro, interpretando os impulsos, pode não identificar com precisão a sua origem. Como resultado disso, ele acaba projetando a sensação dolorosa para outras áreas inervadas pelos mesmos nervos, como o pescoço, o ombro, o braço esquerdo, as costas e, surpreendentemente, a mandíbula e os dentes.

De acordo com o Dr. Frederico Coelho, Mestre e Doutor em Implantodontia e fundador do CROOL Centro Odontológico, essa confusão sensorial é um desafio para o diagnóstico. “Nós, dentistas, somos treinados para identificar a causa da dor dentro da cavidade bucal. No entanto, o conhecimento da dor referida é fundamental. Quando um paciente chega com uma dor atípica, que não se encaixa em um problema odontológico comum, é nossa responsabilidade suspeitar de algo sistêmico e orientá-lo a buscar uma avaliação médica imediata. A boca é uma janela para o corpo, e muitas doenças sistêmicas, inclusive as cardiovasculares, podem se manifestar de forma inusitada na região orofacial.”

Dados que acendem o alerta

A dor de dente é uma das queixas de saúde mais comuns, afetando uma parcela significativa da população brasileira. Embora seja frequentemente ligada a problemas odontológicos simples, o fato de ela poder ser um sintoma de algo mais grave eleva a necessidade de atenção. Embora a prevalência de dor de dente varie entre as faixas etárias e estudos, dados do Ministério da Saúde indicam que o sintoma afeta uma grande parcela da população brasileira, sendo uma das principais razões para a busca por atendimento odontológico.

Uma pesquisa aprofundada, como a revisão literária publicada no Journal of Oral & Facial Pain and Headache, reforça o quão perigosa é a dor referida. Segundo o estudo, a dor orofacial é relatada por 4 em cada 10 pacientes durante a isquemia miocárdica, e é frequentemente descrita como opressiva e/ou em queimação. O estudo também aponta que até 4% dos pacientes com infarto experimentam dor somente nas estruturas orofaciais, e essa manifestação é mais comum em mulheres do que em homens.

A falta de consciência sobre essa conexão é um fator de risco. Quando a dor de dente é o único sintoma do infarto, o paciente pode procurar o dentista em vez do cardiologista, resultando em um atraso perigoso no diagnóstico e no tratamento. Isso sublinha a necessidade de que profissionais de saúde de diversas áreas, e o público em geral, estejam cientes dessa possibilidade.

Dor de dente e infarto: Quando se preocupar?

É crucial diferenciar uma dor de dente comum de uma dor de origem cardíaca. Embora apenas um médico possa dar um diagnóstico preciso, alguns sinais podem ajudar a levantar a suspeita:

  • Ausência de causas odontológicas: A dor não está ligada a cáries, fraturas dentárias, abscessos ou outros problemas evidentes na boca.
  • Irradiação da dor: A dor não se limita a um dente específico, mas se espalha para a mandíbula, pescoço, ombros ou braços (especialmente o esquerdo).
  • Acompanhamento de outros sintomas: A dor é acompanhada de sintomas clássicos de um ataque cardíaco, como:
    • Dor, pressão ou aperto no peito (angina).
    • Falta de ar.
    • Sudorese fria.
    • Náusea ou vômito.
    • Tontura ou desmaio.
    • Fadiga súbita e intensa.
  • Piora com esforço físico: A dor aparece ou piora durante atividades físicas e melhora com o repouso.

A Fundação Australiana do Coração (Heart Foundation) enfatiza que, em mulheres, os sintomas atípicos, como dor na mandíbula ou nas costas, náuseas e cansaço extremo, são mais comuns. Por isso, a conscientização sobre esses sinais é vital.

Outras causas por trás do desconforto

Enquanto a dor de dente ocasionada pelo infarto é uma possibilidade rara, a grande maioria das dores de dente é causada por problemas bucais. O CROOL by Rios reforça que uma avaliação profissional é a única forma de obter um diagnóstico correto. Entre as causas mais comuns estão:

  • Cáries: A deterioração do esmalte dentário pode expor a polpa, causando sensibilidade e dor.
  • Abcessos: Infecções bacterianas que levam ao acúmulo de pus na raiz do dente ou na gengiva.
  • Traumas: Dentes fraturados ou lascados devido a acidentes.
  • Pericoronarite: Inflamação do tecido gengival que recobre um dente parcialmente erupcionado, como o siso.
  • Bruxismo: O hábito de ranger ou apertar os dentes pode sobrecarregar a mandíbula e causar dor nos dentes e nos músculos da face.

Para o Dr. Frederico, a dor de dente nunca deve ser ignorada. “Seja de origem bucal ou não, a dor é um sinal do nosso corpo de que algo está errado. No CROOL, nosso papel é investigar a fundo e, se necessário, conduzir o paciente para uma abordagem multidisciplinar, em parceria com outros profissionais de saúde”, explica o especialista.

Saúde bucal e sistêmica andam juntas

A relação entre dor de dente e infarto é apenas uma das muitas formas como a saúde da boca se conecta à saúde geral do corpo. A ciência tem demonstrado consistentemente que uma má higiene bucal, especialmente a presença de doenças gengivais como a periodontite, pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares.

Já publicamos um artigo sobre o tema, intitulado “Fio dental salva vidas? Nova pesquisa liga higiene bucal a menor risco de AVC e problemas no coração”. A matéria explica que a inflamação crônica na gengiva pode permitir que bactérias orais entrem na corrente sanguínea. Uma vez no corpo, essas bactérias podem contribuir para a formação de placas nas artérias (aterosclerose), aumentando o risco de coágulos e, consequentemente, de infartos e AVCs.

CROOL by Rios: Um parceiro na sua saúde integrada

No CROOL by Rios, entendemos que o cuidado com o sorriso vai muito além da estética. Nossos profissionais são treinados para uma avaliação completa, buscando não apenas a causa do problema bucal, mas também sinais que possam indicar uma condição de saúde mais ampla.

Nossa filosofia é focada na prevenção e no diagnóstico preciso. Oferecemos um ambiente de cuidado acolhedor e com tecnologia de ponta para garantir que sua saúde bucal esteja sempre em dia, o que é um passo fundamental para o seu bem-estar geral.

Se você está sentindo uma dor de dente atípica ou identificou algum dos sinais mencionados, agende uma avaliação no CROOL. E, se a dor vier acompanhada de outros sintomas cardíacos, não hesite: procure imediatamente uma unidade de emergência médica. O tempo é um fator crítico em um ataque cardíaco.

Cuidar do sorriso é cuidar da vida. E no CROOL, a sua saúde é a nossa prioridade. Agende sua consulta com a gente. Cuidado odontológico? CROOL, é lógico. 

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