Um homem brasileiro de 30 anos segurando uma caneta emagrecedora (caneta de ozempic) em uma mão e mostrando a gengiva levemente com a outra. Os dentes dele estão amarelados e ele está com uma expressão de preocupação com sua saúde bucal.

Como canetas emagrecedoras e bariátricas impactam a sua saúde bucal?

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O mundo da saúde e do bem-estar está em constante ebulição, e nos últimos anos, um tema dominou as manchetes: o combate à obesidade. Se antes a cirurgia bariátrica era vista como a principal solução para casos graves, hoje a conversa se expandiu. A popularização das “canetas emagrecedoras” trouxe uma nova dinâmica, colocando medicamentos e intervenções cirúrgicas no centro do debate. Mas, o que essas transformações significam para a nossa saúde bucal? E como tudo isso se conecta a um problema que começa na infância?

Pois bem, a mais recente notícia que chocou o mundo veio do Unicef: a obesidade superou o baixo peso e se tornou a forma mais comum de má nutrição entre crianças. Um relatório alarmante alerta que a dieta das novas gerações está sendo moldada por ultraprocessados e “fast-food”, com 391 milhões de menores com sobrepeso e 188 milhões obesos globalmente. Essa condição, que aumenta drasticamente o risco de diabetes, doenças cardiovasculares e câncer, não é apenas um problema de peso, mas um reflexo de uma sociedade que prioriza a conveniência em detrimento da nutrição.

O consumo desenfreado de ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras e sódio, tem um impacto direto e devastador em nossos corpos, começando pela boca. Esses alimentos, além de contribuírem para a obesidade, são um banquete para as bactérias que causam cáries e doenças gengivais. Com a exposição constante a açúcares, o pH da boca despenca, criando um ambiente ácido que corrói o esmalte dentário. A partir daí, o caminho para problemas mais sérios se torna cada vez mais comum.

A escalada da obesidade: Uma crise global e seus reflexos

O problema da obesidade não se restringe às crianças. As tendências globais são assustadoras. O Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade, estima que até 2030, quase 3 bilhões de adultos — 50% da população mundial — estarão com sobrepeso ou obesidade. A realidade brasileira segue essa mesma linha, com a previsão de que 31% da população estará obesa até 2030.

Esse cenário alarmante justifica a busca por soluções mais eficazes, e é aqui que entramos na discussão sobre canetas emagrecedoras e cirurgias bariátricas. De acordo com o Estado de Minas, o Brasil realizou 291.731 cirurgias bariátricas entre 2020 e 2024. Mas, uma pesquisa nos EUA, citada pela Folha de S.Paulo, mostrou uma tendência curiosa: a prescrição de novos medicamentos, os agonistas de GLP-1 (as famosas “canetas”), mais que dobrou entre 2022 e 2023, enquanto a cirurgia bariátrica caiu cerca de 25%. Esse dado, inclusive, levou o CEO de uma farmacêutica a prever o “fim” da cirurgia.

No entanto, especialistas no tratamento da obesidade, também mencionados pela Folha de S.Paulo, defendem que canetas e bisturis não são rivais. A cirurgia bariátrica continua sendo a melhor opção para casos graves, e o uso de ambos os métodos em conjunto tem se tornado uma estratégia cada vez mais comum para potencializar o combate à obesidade.

Como o emagrecimento afeta a boca?

A grande questão que nos move é: qual a relação entre tudo isso e a saúde bucal? Seja através de medicamentos ou cirurgias, a jornada de emagrecimento pode trazer consequências significativas para o nosso sorriso. É aqui que entra a importância de um acompanhamento multidisciplinar.

O Dr. José Antônio Rios, Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial e especialista em Periodontia, destaca a importância de um olhar integral para o paciente. “A perda de peso, especialmente se for rápida, pode levar a deficiências nutricionais que se manifestam na boca. A saúde bucal é um reflexo do nosso estado geral de saúde. No processo de emagrecimento, muitas vezes focado em dietas restritivas e na alteração da absorção de nutrientes, a boca pode ser a primeira a dar sinais de alerta”, explica o Dr. Rios.

As consequências na boca

Antes de tudo, existem dois fatores principais que precisam ser monitorados de perto durante qualquer processo de emagrecimento, seja ele com canetas ou cirurgia bariátrica:

1. Perda de densidade óssea e efeitos nos dentes:

A cirurgia bariátrica, ao reduzir o tamanho do estômago, altera a forma como o corpo absorve nutrientes. Segundo o Dr. Rios, essa alteração pode levar à deficiência de cálcio e vitamina D, essenciais para a saúde dos dentes e do osso que os sustenta. A falta desses nutrientes pode enfraquecer os dentes, tornando-os mais suscetíveis a fraturas e desgaste, além de aumentar o risco de periodontite, a forma mais grave da doença gengival.

“O osso alveolar, que suporta os dentes, pode ser afetado pela perda de densidade óssea. Isso pode levar à mobilidade dentária e, em casos mais avançados, à perda de dentes. Por isso, a suplementação de cálcio, sob orientação médica, é fundamental”, explica o dentista.

2. Xerostomia (boca seca):

Além disso, um dos efeitos colaterais mais comuns de diversos medicamentos e procedimentos para emagrecimento é a xerostomia, ou boca seca. Assim como sempre reforçamos por aqui, a saliva é fundamental para a saúde bucal. Afinal, ela neutraliza os ácidos produzidos pelas bactérias, ajuda a remineralizar o esmalte dentário e remove partículas de alimentos.

A xerostomia, portanto, aumenta significativamente o risco de cáries e doenças gengivais. Pacientes emagrecendo precisam estar atentos a essa condição. O Dr. José Antônio Rios ressalta a importância de manter-se hidratado e usar produtos que estimulem a produção de saliva. “Se a boca fica seca, o ambiente se torna propício para o acúmulo de bactérias. A saliva é nossa defesa natural, e sem ela, a saúde bucal pode se deteriorar rapidamente. É um efeito que precisa ser monitorado de perto”, alerta o especialista do CROOL by Rios.

O CROOL by Rios e sua jornada de emagrecimento

No CROOL by Rios, reconhecemos a complexidade da relação entre a saúde do corpo e a da boca. Nossos profissionais estão treinados para ir além da profilaxia e do tratamento de cáries. Eles são capacitados para identificar sinais e sintomas bucais que podem estar relacionados a outras condições sistêmicas, como as deficiências nutricionais ou os efeitos colaterais de medicamentos.

Além disso, o Dr. José Antônio Rios destaca que a consulta odontológica pré e pós-cirúrgica (bariátrica) é vital. “Antes do procedimento, podemos tratar qualquer foco de infecção, como cáries ou inflamações na gengiva, para evitar complicações no pós-operatório. Depois, o acompanhamento regular nos permite monitorar a saúde da boca, orientar sobre a suplementação e garantir que o paciente mantenha um sorriso saudável em sua nova fase da vida”, afirma.

Por fim, o acompanhamento com o dentista, durante o uso de canetas emagrecedoras, permite identificar rapidamente o início da xerostomia e outras possíveis manifestações orais decorrentes do tratamento, como alterações no paladar. Agende sua consulta com a gente. Cuidado odontológico? CROOL, é lógico. 

Fontes: ONUEstado de Minas e Folha de S. Paulo.

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