Recentemente, o universo da saúde e do bem-estar tem explorado intensamente o impacto da microbiota intestinal em tudo: humor, sistema imunológico, peso e até mesmo na prevenção de doenças crônicas. No entanto, um tópico tão fascinante quanto crucial tem ganhado destaque: a microbiota oral. A boca não é apenas a porta de entrada para o sistema digestivo, é um ecossistema complexo, o segundo maior reservatório de microrganismos do corpo humano, perdendo apenas para o intestino.
A cavidade oral hospeda mais de 700 espécies bacterianas que, surpreendentemente, podem ser suas aliadas mais poderosas ou suas inimigas mais silenciosas. O equilíbrio dessa comunidade microscópica é a chave para o que chamamos de eubiose oral. Mas, afinal, o que é eubiose e por que ela se tornou a nova palavra de ordem para quem busca uma vida longa e saudável?
Eubiose oral e sua importância para a saúde
A palavra “eubiose” vem do grego, onde eu significa “bom” e biose significa “vida”. De forma simples, eubiose oral é o estado de harmonia biológica na sua boca. É quando as mais de 700 espécies de bactérias coexistem pacificamente, onde as bactérias comensais (as boas, as ‘moradoras’) controlam ativamente o crescimento das bactérias nocivas (as patogênicas, as ‘invasoras’), prevenindo o surgimento de doenças.
Imagine sua boca como uma floresta tropical: a microbiota oral é a fauna e a flora dessa floresta. Na eubiose, tudo está em equilíbrio: os predadores (boas bactérias) mantêm os herbívoros (más bactérias) sob controle.
O oposto da eubiose é a disbiose oral, o desequilíbrio. É quando os fatores externos (má higiene, dieta rica em açúcar, estresse) dão vantagem às bactérias patogênicas. É aqui que o problema começa a se manifestar. “A boca é um espelho do corpo. Quando a eubiose é mantida, não estamos apenas prevenindo cáries e gengivite, mas sim fortalecendo a primeira linha de defesa imunológica do corpo. A disbiose oral é um sinal de alerta de que a inflamação está em curso, e a inflamação é a raiz de muitas doenças crônicas da longevidade,” explica o Dr. José Antônio Rios, Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial e especialista em Periodontia do CROOL by Rios.
Como a saliva controla a disbiose
Se a microbiota é a floresta, a saliva é o seu rio, o ecossistema que sustenta e protege tudo. A saliva é muito mais do que água: é um fluido complexo, rico em enzimas (como a lisozima, que elimina bactérias), minerais (cálcio e fosfato para remineralizar os dentes) e anticorpos (imunoglobulinas).
O papel vital da saliva como barreira:
- Função tampão (neutralização de ácidos): Após comer, o pH da boca cai, ficando ácido. A saliva entra em ação, elevando o pH para níveis seguros. Isso impede a erosão do esmalte e a proliferação das bactérias cariogênicas.
- Limpeza constante: O fluxo salivar lava e remove detritos de alimentos e microrganismos soltos, impedindo que se fixem em locais críticos, como o sulco gengival.
- Atividade antimicrobiana: Proteínas e enzimas da saliva atacam e inibem o crescimento de patógenos, atuando como um “escudo” protetor 24 horas por dia.
Contudo, o grande ponto de atenção é que, durante a noite, a produção de saliva diminui drasticamente, tornando o sono o período mais crítico para o agravamento da disbiose. Dessa forma, é nesse momento que as bactérias patogênicas, se não controladas pela higiene, têm a chance de colonizar e formar o biofilme (placa bacteriana).
Disbiose oral e sua conexão com a saúde sistêmica
A ideia de que a boca está isolada do resto do corpo é um mito perigoso. Só para ilustrar, a disbiose oral e sua consequente inflamação, especialmente a periodontite (doença gengival avançada), são a porta de entrada para um estado inflamatório crônico que afeta todo o organismo.
Periodontite: Mais do que gengiva inchada, um gatilho inflamatório
A ciência é clara: se o sulco gengival não é limpo adequadamente, um biofilme bacteriano patogênico subgengival se forma, levando à periodontite.
Essa não é apenas uma inflamação localizada. As bactérias periodontais, como a temida Porphyromonas gingivalis, e suas toxinas, penetram nos tecidos gengivais inflamados e atingem a corrente sanguínea. Uma vez no sangue, elas colonizam órgãos distantes e desencadeiam uma resposta inflamatória sistêmica. A periodontite atua como um verdadeiro “gatilho inflamatório” para o corpo.
Disbiose e doenças crônicas da longevidade
Além disso, outros estudos científicos têm explorado a ligação entre as bactérias orais e as principais doenças crônicas ligadas ao envelhecimento, ou seja, aquelas que impactam diretamente a sua longevidade:
- Doenças cardiovasculares: As bactérias orais causam inflamação que pode levar à disfunção endotelial (o revestimento dos vasos sanguíneos), contribuindo para a aterosclerose e aumentando o risco de infarto e AVC.
- Diabetes: A periodontite é considerada a 6ª complicação do diabetes. É uma via de mão dupla: a inflamação oral dificulta o controle glicêmico, e o diabetes não controlado agrava a periodontite.
- Doenças neurodegenerativas (Alzheimer): Pesquisas recentes sugerem que patógenos orais como a P. gingivalis podem migrar para o cérebro e estar associados ao aumento do risco e progressão da Doença de Alzheimer, exercendo um papel relevante nesse cenário.
A boca é a “sentinela” da sua saúde geral. A odontologia moderna não visa apenas um sorriso bonito, ela é um pilar essencial da saúde integral e longevidade.
Eubiose e qualidade do sono
A relação entre eubiose e sono é bidirecional e crucial, especialmente porque, ao dormir, a boca se torna vulnerável.
Um corpo em desequilíbrio (com disbiose oral e inflamação sistêmica) pode ter seu sono impactado. Estudos já demonstraram a relação entre o eixo microbiota-intestino-cérebro e a regulação do sono. O que muitos não sabem é que o desequilíbrio na boca, ao alimentar a inflamação, pode contribuir indiretamente para distúrbios do sono.
No entanto, o maior perigo está no inverso: a queda na produção de saliva à noite. A xerostomia noturna, ou simplesmente o fluxo reduzido, é o momento em que o “escudo” da saliva enfraquece, permitindo que as bactérias patogênicas se multipliquem sem controle, causando cáries e agravando a gengivite.
Sinais de alerta na boca: Quando a disbiose se manifesta
Não espere sentir dor para agir. O corpo dá sinais claros de que a eubiose foi perdida e que a disbiose está instalada:
- Sangramento gengival: O sinal mais comum. Ao escovar ou usar o fio dental, se suas gengivas sangram, a inflamação já começou e as bactérias estão no comando.
- Mau hálito persistente (halitose): As bactérias patogênicas liberam compostos sulfurados voláteis (CSV), que são os responsáveis pelo odor desagradável. É um indicador direto da disbiose.
- Boca seca (xerostomia): Seja por medicação ou desidratação, a redução na saliva é um convite aberto à proliferação bacteriana e à cárie de raiz.
Portanto, se você notar um ou mais desses sinais, não ignore. Não é apenas uma questão estética, é um chamado do seu corpo por uma ação imediata.
Rotina prática para a eubiose: Como manter o equilíbrio e a proteção da saliva forte
Manter a eubiose oral exige uma mudança de mentalidade, focando no equilíbrio em vez da “esterilização” agressiva. Para o Dr. José Antônio Rios, a odontologia moderna deve ser minimalista e focada na excelência: “Não precisamos ‘matar todas as bactérias’. Precisamos criar um ambiente onde as bactérias boas floresçam e as ruins não se sintam bem-vindas. No CROOL by Rios, a ênfase é na técnica, não na força.”
Otimize a produção e a qualidade da saliva
- Hidratação é ouro: Beba água constantemente ao longo do dia. A água é o principal componente da saliva. Manter-se hidratado é o hábito mais simples e eficaz para um bom fluxo salivar.
- Mastigue alimentos fibrosos: Frutas e vegetais crus estimulam mecanicamente a produção salivar e ajudam na limpeza natural.
- Evite enxaguantes com álcool: O álcool, em uso prolongado, pode ressecar a mucosa e desequilibrar a microbiota, promovendo justamente a disbiose que você quer evitar. Priorize fórmulas suaves ou enxaguantes prescritos apenas quando estritamente necessário.
A rotina noturna para um sono reparador
Assim como mencionamos acima, a noite é crítica. Dessa forma, sua rotina antes de dormir deve ser focada em neutralizar os ácidos e remover o biofilme onde a disbiose se instala:
- Fio dental com técnica correta (1 minuto): Antes de tudo, passe o fio dental de forma meticulosa, abraçando o dente e entrando levemente sob a gengiva, limpando o sulco gengival. É a única forma de quebrar a cadeia de bactérias patogênicas que causam a periodontite.
- Escovação completa (língua e bochechas): Visto que a maioria das bactérias não está nos dentes, escove suavemente a língua (o principal reservatório) e a parte interna das bochechas.
- Crie um “ambiente alcalino”: Por fim, considere terminar com uma escovação suave com um creme dental que ajude a manter o pH neutro (alcalino), ou um rápido enxágue com água limpa, garantindo um ambiente menos propício para cáries e gengivite noturnas.
CROOL by Rios, o parceiro da sua microbiota oral
No CROOL by Rios, reconhecemos que o cuidado com a boca vai muito além da estética. Portanto, nossos tratamentos são focados na excelência e na promoção da saúde sistêmica a longo prazo.
Então, para você que compreendeu a importância da eubiose e dos sinais de alerta da disbiose, sugerimos agendar sua consulta preventiva. Nesta consulta, nossos especialistas farão uma análise aprofundada da sua saúde periodontal e do fluxo salivar, identificando precocemente qualquer desequilíbrio inflamatório que possa estar impactando sua saúde geral. Em outras palavras, tratamento odontológico? CROOL, é lógico. Clique aqui e agende sua avaliação.
