A luta contra o tabagismo, que durou mais de duas décadas no Brasil, sofreu um revés inédito. Pela primeira vez em 20 anos, o número de fumantes adultos no país voltou a crescer, saltando de 9,3% para 11,6% da população, conforme dados noticiados pela Agência Brasil. Além disso, um importante fator responsável por essa escalada é a popularização dos cigarros eletrônicos, os famosos vapes, especialmente entre os jovens, como alerta o Em Foco.
Essa onda de retorno ao tabaco acende um sinal de alerta urgente na saúde pública e, principalmente, na saúde bucal. Embora muitos se esqueçam, a boca é a primeira porta de entrada para as substâncias tóxicas do cigarro convencional e dos aerossóis do vape. Dessa forma, é lá que os danos mais graves e, muitas vezes, irreversíveis começam.
No Crool by Rios, acreditamos que o conhecimento é a ferramenta mais poderosa para a prevenção. Por isso, preparamos este guia completo para você entender a relação íntima e perigosa entre tabagismo e saúde bucal, detalhando os riscos e mostrando como o acompanhamento odontológico regular se torna ainda mais crucial para quem fuma.
Tabagismo: Muito além do pulmão, o risco começa na boca
Antes de tudo, tabagismo e saúde bucal têm uma relação de profundo desgaste. O tabaco, seja em cigarros, charutos, cachimbos, fumo de rolo, rapé ou narguilé, contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, sendo pelo menos 70 delas comprovadamente cancerígenas. Quando você fuma, todas essas toxinas entram em contato direto com a mucosa, a gengiva, os dentes e o osso que sustenta a sua arcada.
Mas o que, de fato, define o tabagismo? Não se trata apenas de fumar ocasionalmente, mas sim de uma doença crônica causada pela dependência da nicotina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já o classifica como uma doença pandêmica.
Para o Dr. José Antônio Rios, Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial e especialista em Periodontia que assina o Crool by Rios, a preocupação é imediata e direta. “A boca de um fumante é um ambiente de alta toxicidade. A nicotina causa uma diminuição da vascularização, ou seja, reduz o fluxo sanguíneo nas gengivas. Isso mascara a inflamação inicial da gengivite e enfraquece a resposta imunológica, permitindo que as bactérias ajam de forma muito mais agressiva”, explica o Dr. Rios.
Cigarro eletrônico: O “pulmão de pipoca” e os danos ao sorriso
A ascensão dos cigarros eletrônicos (vapes) é um ponto crucial nessa nova onda do tabagismo, especialmente entre os mais jovens. A ideia de que são “menos nocivos” é um mito perigoso que a ciência desmente diariamente.
Vapes e pulmão de pipoca: A famosa “Síndrome do Pulmão de Pipoca” ou Bronquiolite Obliterante, é uma condição pulmonar séria e irreversível. O nome popular deriva do Diacetil, um aromatizante com sabor de manteiga, que estava presente nas pipocas de micro-ondas e, atualmente, é um dos aditivos encontrados em muitos líquidos de vape. A inalação dessa substância causa uma inflamação que cicatriza as menores vias aéreas dos pulmões, levando a um estreitamento permanente e dificuldades respiratórias, como tosse seca e persistente, e falta de ar.
O impacto direto na boca: Não são só os pulmões que sofrem. Os aerossóis do vape, carregados de nicotina, metais pesados (como estanho e níquel), formaldeído, e os próprios aromatizantes (muitas vezes açucarados), atacam diretamente a saúde bucal.
- Risco de cáries aumentado: O calor, os açúcares dos sabores e a química dos líquidos de vape levam à desmineralização do esmalte e da dentina, tornando os dentes mais vulneráveis à cárie dentária.
- Doença periodontal agravada: A nicotina presente nos vapes provoca vasoconstrição (redução do fluxo sanguíneo), mascarando o sangramento gengival, um sinal clássico da gengivite. O problema é que a inflamação continua, evoluindo para a periodontite de forma “silenciosa” e mais destrutiva.
Os principais riscos do tabagismo para dentes e gengivas
O hábito de fumar causa uma série de problemas na cavidade oral, que vão desde questões estéticas até doenças potencialmente fatais. O Dr. José Antônio Rios reitera que o paciente fumante possui um risco 85% maior de desenvolver doença periodontal em comparação com um não-fumante.
1. Câncer de boca
O câncer de boca é, de longe, o maior risco associado ao tabagismo. O tabaco é o principal fator etiológico, respondendo pela maioria dos casos no Brasil, que registra mais de 14 mil diagnósticos anualmente, resultando em cerca de 4 mil mortes, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
- O que é: É uma neoplasia maligna que afeta lábios, língua, mucosas, gengivas, palato duro (céu da boca) e garganta (orofaringe).
- O risco da associação: A combinação do fumo com o consumo de álcool multiplica exponencialmente o risco de desenvolvimento e malignização das lesões.
- A ação das toxinas: As substâncias cancerígenas do tabaco (como formaldeído, alcatrão e benzeno) promovem mutações genéticas nas células da boca, levando ao crescimento desordenado e incontrolável.
2. Doença periodontal (gengivite e periodontite)
A doença periodontal é uma infecção grave que compromete as gengivas e o osso de suporte dos dentes.
- Gengivite mascarada: A nicotina, ao contrair os vasos sanguíneos da gengiva (vasoconstrição), impede que o sintoma mais comum da inflamação – o sangramento – apareça. Assim, o fumante, por vezes, acredita que a saúde da sua gengiva está boa, enquanto a infecção progride.
- Perda óssea acelerada: A progressão da gengivite para a periodontite é mais rápida e agressiva. A periodontite destrói o osso maxilar e o ligamento que segura o dente, levando à mobilidade dentária e, em estágios avançados, à perda dos dentes. Além disso, o fumo interfere na cicatrização após qualquer terapia periodontal.
3. Problemas estéticos e halitose crônica
Embora não tão nocivos quanto o câncer, esses problemas afetam a qualidade de vida e a autoestima do fumante.
- Manchas e amarelamento: O alcatrão e outras substâncias químicas escuras se depositam sobre o esmalte dentário, causando manchas amarronzadas e um amarelamento progressivo. Essas pigmentações são difíceis de remover apenas com a escovação e tendem a voltar se o hábito de fumar persistir, conferindo ao sorriso um aspecto envelhecido.
- Halitose (mau hálito): O fumo causa um mau hálito persistente e característico. Isso ocorre porque os componentes químicos do cigarro levam à descamação da mucosa bucal. Este material se acumula na língua (saburra lingual) e serve de alimento para bactérias, que liberam gases ricos em enxofre (mau cheiro). O fumo também diminui a produção de saliva (xerostomia), que é essencial para limpar a boca, agravando o quadro.
4. Lesões pré-cancerígenas e alterações da mucosa
O fumo também está ligado a lesões que, se não tratadas, podem se transformar em câncer.
- Leucoplasia oral: Manchas brancas que não saem com a raspagem. São consideradas lesões potencialmente malignas e exigem monitoramento rigoroso.
- Estomatite nicotínica: Alteração do palato (céu da boca), que se torna esbranquiçado e com pequenos pontos vermelhos.
Prevenção e diagnóstico precoce: O papel essencial do dentista
Muitos dos quadros clínicos decorrentes do tabagismo, especialmente o câncer de boca, apresentam sintomas que o próprio fumante pode confundir ou negligenciar. É por isso que o diagnóstico precoce é a chave para a cura.
Como identificar os sinais de alerta
Os fumantes devem estar atentos a qualquer alteração na boca que persista por mais de 15 dias:
- Manchas: Brancas (leucoplasia) ou avermelhadas (eritroplasia) na boca.
- Feridas: Lesões na cavidade oral que não cicatrizam.
- Nódulos: Caroços ou inchaços persistentes no pescoço.
- Sintomas adicionais: Dor de garganta contínua, dificuldade ou dor para engolir, e alterações na voz ou rouquidão.
A escuta e o exame clínico no Crool by Rios
No Crool by Rios, reconhecemos a complexidade da dependência do tabaco e a importância de uma abordagem humana e informativa. A visita regular ao dentista, que deve ser semestral ou trimestral para fumantes, é o seu maior aliado.
“O cirurgião-dentista tem o papel fundamental de primeiro respondedor no combate ao câncer de boca e à periodontite agravada pelo fumo”, afirma o Dr. José Antônio Rios. Ele continua, “Durante a consulta de rotina, realizamos o exame clínico completo da cavidade oral. Conseguimos identificar lesões pré-malignas em fase inicial, que passariam despercebidas pelo paciente. Essa identificação precoce pode significar a diferença entre um tratamento simples e a cura, ou um tratamento invasivo e, infelizmente, o risco de morte.”
Além disso, o dentista é um agente de saúde que pode:
- Avaliar o risco periodontal: Monitorar o acúmulo de biofilme e a saúde gengival, mesmo que a nicotina mascare o sangramento.
- Aconselhar a cessação: Oferecer orientação sobre a cessação do fumo e encaminhar o paciente para programas antitabagismo ou profissionais de saúde (psicólogos e pneumologistas) que podem auxiliar no processo.
- Tratamentos de suporte: Realizar profilaxias e tratamentos periodontais (limpezas profundas) mais frequentes para tentar minimizar os danos do tabaco.
O melhor tratamento é a prevenção
Não existe substituto para a cessação do fumo. Parar de fumar, seja o cigarro convencional ou o eletrônico, é o melhor caminho para reverter a diminuição da vascularização, melhorar a resposta imunológica da gengiva e reduzir drasticamente o risco de câncer bucal. Os danos causados pelo fumo, como o “pulmão de pipoca” e o câncer, podem ser permanentes, mas a interrupção do hábito melhora o prognóstico de qualquer doença.
Se você fuma ou usa cigarros eletrônicos, agendar uma avaliação completa é mais do que uma consulta, é um ato de autocuidado e de prevenção de vida. No Crool by Rios, nossa equipe, liderada pelo Dr. José Antônio Rios, está pronta para realizar uma avaliação completa e detalhada da sua saúde bucal, com foco na prevenção e diagnóstico precoce de problemas decorrentes do tabagismo.
Lembre-se: o seu sorriso é o reflexo da sua saúde. Não deixe que o tabagismo comprometa seu bem-estar e a sua qualidade de vida. Tratamento odontológico? Crool, é lógico. Clique aqui e agende sua avaliação.
